As sociedades Brasileiras de Genética (SBG) e de Genética Médica e Genômica (SBGM) tornam público o seu apoio a todas as pesquisadoras brasileiras – em especial à profa. Dra. Maria Carlotto, da UFABC – que têm sido frequentemente expostas a avaliações enviesadas durante o percurso da sua trajetória acadêmica e profissional. A escolha sobre nossas maternidades (ou não maternidades) é objeto de nossa vida privada, não podemos sob hipótese alguma ser qualificada como adequada ou inadequada por nossos pares, ou ser considerada como o fator desviante de nossas trajetórias profissionais.
Temos orgulho de pertencermos a duas sociedades brasileiras que congregam pesquisadores e profissionais da área de genética, e nas quais a presença de lideranças femininas foi sempre destacada. A genética é a ciência que embasa a importância da diversidade para a sobrevivência da espécie humana, e, assim, assumimos nosso papel na luta contra qualquer tipo de discriminação equivocadamente atribuída a diferenças biológicas.
Solicitamos aos principais fomentadores de pesquisa do Brasil (CNPq, CAPES e agências estaduais de fomento) que a promoção de ações de equidade e de inclusão tornem-se a regra em nossos ambientes. Sabemos que vários editais têm sido construídos com estes critérios, mas de nada adianta tê-los se os pareceristas não os levarem em consideração. Muito mais do que palavras, são necessárias políticas de estado e educação pela diversidade. A SBG e SBGM estarão sempre atentas ao cumprimento e à promoção dessas diretrizes.